"Quem é esse educador? É todo aquele que se dispõe a ajudar na formação e o desenvolvimento físico, intelectual e ético de um ser humano... As funções do educador transcendem e ultrapassam as do professor." (Içami Tiba)
Olá!!!
Primeiramente, fiquei imensamente feliz com o convite feito por uma das coordenadoras, a Sidnéia, para planejar uma oficina para os professores do colégio, e depois com a participação ativa dos professores nesse encontro.
Para entender os medos que nossas crianças enfrentam e como lidar com eles, primeiro falamos dos nossos medos, através de contação de história, dinâmicas, leituras de textos, etc.
É importante perceber que temos um papel importante nesse sentido, de transmitir segurança aos nossos alunos. E como fazer isso? Abaixo vocês poderão conferir o material que preparei para o Encontro de Professores do Colégio Primeiro de Janeiro. Logo após se quiserem, podem deixar comentários ou sugestões, ficarei muito grata!
O PAPEL DO EDUCADOR
“A autoestima saudável reduz a
ansiedade. Aranhas, trovões, relâmpagos, ficar sozinho no escuro e muitas
coisas da nossa imaginação podem nos causar medo. Ouvir atentamente quais são
os medos do seu filho (aluno) poderá ajudá-lo a se sentir valorizado e
assegurar de que ele não se envergonhe por isso. Conversar com as crianças
sobre estes sentimentos ajuda a desenvolver a autoconfiança necessária para
adaptar-se a eles e perceber que, mesmo os sentimentos de maior medo, no final
passarão.”
Melbourne,
psicóloga infantil
- Hora da história: “Quando sinto medo”.
Levar os
professores a uma sala escura e sob a luz de lanternas, contar a história do
livro "Quando sinto medo", de Trace Moroney.
Em
seguida pedir que façam desenhos com giz de cera em lixas representando o que os fazem
sentir medo. Depois numa roda de conversas pedir que falem sobre os seus
desenhos, como lidam com isso e como fazem para superar o seu medo.
- Dinâmica: Transmitindo segurança
“Vai aqui este pedido aos professores,
pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças: lembrem-se de
que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é
definida por um rosto que lhes faz um pedido: Por favor, me ajude a ser
feliz...”.
RUBEM
ALVES
Em duplas, pedir que as professoras se
dividam em “educador” e “aluno”.
O “aluno” estará de olhos vendados e o
“educador” irá conduzi-lo durante um passeio pela sala.
O orientador verbalizará algumas
situações “assustadoras” e utilizará alguns objetos nesse momento, como: aranhas de plástico, tecido, etc., e o “educador” terá o papel de transmitir
segurança ao “aluno” durante esse percurso.
Após a dinâmica, deixar que falem
livremente sobre a experiência.
- Leitura e discussão do texto: MEDOS (adaptação do texto retirado do site Guia Infantil).
Os medos são sentimentos
totalmente normais nas crianças e bebês
Os medos podem aparecer em crianças de idade entre os 3 e 6 anos
Se seu aluno sofre por algum medo, é muito importante
que lhe transmita tranquilidade, segurança, e o ajude a superar seus medos com
muito carinho e compreensão. De uma forma geral, os medos podem aparecer em
crianças de idade entre os 3 e 6 anos.
A criança ainda não entende o mundo que a rodeia e tão
pouco é capaz de separar o real do imaginário. Nos primeiros anos de vida, a
criança conhece a existência de personagens através dos contos, filmes, etc.,
daí, passa a inventar companheiros e personagens, inclusive situações
imaginárias.
Os medos aparecem e desaparecem nas crianças
Alguns medos chegam a ser prejudiciais ao
desenvolvimento da criança. No entanto, alguns temores podem fazer com que a
criança evite algum acidente: por exemplo: medo de atravessar uma rua, medo de
cair do balanço, medo dos animais, etc. São medos que ensinam a criança a ser
mais precavida em situações que exigem mais cuidado.
Segundo alguns pesquisadores, os medos aparecem e desaparecem, e às vezes sem dar-nos conta dele. E mudam de acordo com o crescimento da criança. As crianças começam a ter medo das pessoas estranhas, objetos esquisitos, ruídos fortes, escuridão, e logo começarão a ter medo da morte, dos monstros, ladrões, etc. Muitos desses medos são induzidos pelo ambiente externo como os filmes, os contos, as histórias de amiguinhos, e outros estão fundamentados em experiências negativas em casa ou fora dela, e de fato podem ajudar aos pais e professores como alarme para identificar situações de algum maltrato ou abuso da criança.
Segundo alguns pesquisadores, os medos aparecem e desaparecem, e às vezes sem dar-nos conta dele. E mudam de acordo com o crescimento da criança. As crianças começam a ter medo das pessoas estranhas, objetos esquisitos, ruídos fortes, escuridão, e logo começarão a ter medo da morte, dos monstros, ladrões, etc. Muitos desses medos são induzidos pelo ambiente externo como os filmes, os contos, as histórias de amiguinhos, e outros estão fundamentados em experiências negativas em casa ou fora dela, e de fato podem ajudar aos pais e professores como alarme para identificar situações de algum maltrato ou abuso da criança.
Um dos medos mais comuns nos pequenos, é a angustiosa separação dos seus
pais, o medo do abandono. Quando sua mãe o deixa numa creche ou com outra
pessoa e se vai, o bebê ou a criança não sabe quanto deve esperar para revê-la.
É aí que aparece o medo da perda definitiva, já que a criança não tem
capacidade de medir o tempo. Mas à medida que a criança amadurece, vai
conhecendo com mais profundidade a realidade, e assim superará seus medos. Não
é possível acabar com todos seus medos porque estes lhes permitem entender o
mundo e a sentir-se mais seguros em sua habilidade de lutar contra eles.
O que você NÃO deve
fazer quando seu aluno sentir medo
Não devemos ignorar os medos das crianças
Tão importante como saber o que fazer é o que NÃO se
deve fazer quanto à superação do medo de uma criança. É muito importante que os
pais respeitem e busquem entender os medos que seus alunos têm. Os medos são
inevitáveis, mas controláveis se a criança conta com a confiança e a ajuda dos
pais, professores e responsáveis.
Conselhos que ajudarão a você e a seu aluno para que
superem juntos o medo
- Não assuste seu aluno com histórias de ogros,
fantasmas, bruxas, etc.,. Você tem que dizer-lhe que esses personagens somente
existem nos contos e filmes.
- Não ria dos temores que seu aluno expressa. Se o
ridiculariza ou zomba do seu medo, diminuirá sua confiança. Frases como: “não
seja bobo”, “crianças como você não devem ter medo disso”, ou “ não tem
vergonha de ter esses medos...”, não contribuirão para diminuir o temor que ele
sente. Pelo contrário, o desanimará a compartilhar seus temores contigo.
- Não transmita mais medo ao aluno do que ele já tem.
Ele necessita ter segurança e confiança. Não ignore seus medos. Não minta, por
exemplo, dizendo-lhe que uma injeção não doerá ou algo parecido. Se mente sobre
uma situação de medo, produzirá mais temor. Ajude-o a preparar-se para
enfrentar a situação com verdade e honestidade. Se seu aluno tem medo de ir ao
colégio, ouça suas razões, mostre sua sala de aula e diga-lhe o quanto irá
aprender ali.
- Não obrigue seu aluno a passar por situações que ele
tem medo. Os medos não se superam enfrentando-se a situação de uma vez por
todas. Em lugar de ajudar, algumas vezes isso intensifica o medo. Seu aluno tem
o direito de acostumar-se pouco a pouco com a situação que ele teme. Não o
obrigue ver um filme do qual ele tem medo, ou que acaricie um cachorro que ele
não gosta.
- Não o chame de covarde, ou infantil se o seu aluno
se mostra temeroso diante de qualquer situação. Não o ridicularize. Isso não o
ajudará em absoluto. O fará sentir-se inseguro, necessitado de carinho,
solitário e sem compreensão.
- Não o obrigue a afrontar seus medos sozinho. Isso é
um enorme erro. Nunca obrigue seu aluno a entrar no ambiente escuro se ele não
quiser fazê-lo. Você provocará um aumento da sua ansiedade e contribuirá para
esse medo aumentar e até perpetuá-lo. Além disso, o sentimento de não ser capaz
de enfrentar a situação não o deixará sentir-se orgulhoso de si mesmo.
- Não ignore os medos do seu aluno. Se assim o fizer, a criança se
sentirá perdida e só. Não encontrará a forma de enfrentar o problema e
perceberá da sua parte, desinteresse e falta de carinho e de atenção.
Conselhos para ajudar seu aluno contra os medos
- É muito importante que escute seu aluno,
permitindo-lhe que expresse todos os seus medos.
- Transmita afeto, proteção, tranquilidade e
confiança. Dessa forma, seu aluno lhe contará sempre sobre seus medos, e poderá
ajudá-lo que os supere e sinta-se mais seguro de si mesmo.
- Estimule seu aluno a expressar seus medos sem
sentir-se ridicularizado nem envergonhado. Para isso é necessário que aceite os
medos como reais. Conte a ele por exemplo de situações que te assustaram quando
era pequeno e de seus medos.
-- Não perca a oportunidade de ensinar seu aluno como
outras pessoas agem com confiança naquelas situações que ele tem medo.
- Elogie seu aluno cada vez que ele consiga avançar na
superação do medo. Elogie seu esforço, seu êxito, sua valentia e sua decisão.
Desta forma estará animando-o e dando-lhe mais confiança.
- Conte-lhe sempre a verdade. Às vezes é o desconhecido e a falta de
informação o que provoca os temores no seu filho. Se ele se assusta com contos
de ogros, bruxas, etc., diga-lhe que todos os personagens não existem na
realidade e que vivem somente nos contos, nos filmes, etc. Repita muitas vezes
se necessário.
Adaptação do texto:
- Vídeo: Como Estrelas na Terra - Reflexão sobre o papel do professor (11 min.)
(Esse vídeo tem trechos do filme Como Estrelas na Terra. Vale a pena assistir o filme completo!!!)
E se alguém ainda tem medo do escuro, olha os tapa olhos que preparei para a equipe CPJ:
Olha como ficaram os professores. Que gracinhas!!!
Agradeço toda equipe CPJ pela participação e por contribuírem com o meu crescimento pessoal e profissional.
Espero que tenham gostado!!!
Andréa Cavalcante
0 comentários:
Postar um comentário